Um estudo recente revelou os efeitos do espaço no DNA. Gêmeos idênticos podem deixar de ser geneticamente iguais depois de uma missão no espaço.
Esse estudo histórico aconteceu com os astronautas Mark e Scott Kelly, um dos quais passou quase um ano na Estação Espacial Internacional (ISS), enquanto o outro permaneceu na Terra.
Os resultados mostraram informações importantes sobre como o espaço afeta o corpo das pessoas.
Gêmeos idênticos e os efeitos do espaço no DNA
A pesquisa sobre os irmãos Kelly foi feita pela NASA. O objetivo era entender como a falta de gravidade pode mudar o corpo humano, tanto fisicamente quanto biologicamente.
Como gêmeos idênticos têm o mesmo DNA, a comparação entre Mark, que permaneceu na Terra, e Scott, que passou 340 dias no espaço, ajudou a entender bem as mudanças que o corpo sofre em situações difíceis.
Antes da missão, os dois fizeram exames completos para saber como estava a saúde deles. Enquanto estava no espaço, Scott passou por muitos testes para observar mudanças na sua saúde.
Esses testes mediram a pressão arterial, mudanças no sangue e alterações nos genes.
Mudanças genéticas e expressão do DNA

Uma das descobertas mais incríveis foi a mudança na forma como os genes de Scott Kelly se manifestaram. Cerca de 7% de seus genes não retornaram ao estado original após voltar para a terra.
Essas mudanças estão relacionadas às funções do sistema imunológico, a formação dos ossos e a reação das células ao estresse.
Isso quer dizer que a sua genética mudou muito por causa do ambiente espacial, tornando-o, de certa forma, diferente do irmão.
O estudo também revelou alterações nos telômeros de Scott, que são as extremidades dos cromossomos e estão diretamente ligadas ao envelhecimento.
Durante a missão, esses telômeros aumentaram de tamanho. Isso parecia ter um efeito bom. Porém, ao retornar a terra, os telômeros encurtaram rapidamente, possivelmente acelerando o envelhecimento celular.
Efeitos do espaço no DNA: corpo e envelhecimento
Além das mudanças no DNA, Scott também apresentou alterações na estrutura corporal. Sua altura aumentou cerca de 5 centímetros enquanto estava na Estação Espacial Internacional por causa da falta de gravidade.
Porém, depois de alguns dias na Terra, sua altura voltou ao normal. Houve também alterações na flora intestinal, na densidade dos ossos e na capacidade de pensar.
Um outro ponto importante foi o efeito da radiação que vem do espaço. Scott foi exposto a níveis significativamente mais altos de radiação do que Mark, o que aumentou seu risco de mutações celulares e potenciais problemas de saúde a longo prazo.
O impacto da pesquisa para futuras missões espaciais
Os resultados desse estudo são muito importantes para o futuro da exploração do espaço, principalmente para missões que duram muito tempo, como uma viagem até Marte.
Entender como o corpo humano reage a situações muito difíceis ajuda a criar planos para diminuir os perigos para a saúde dos astronautas.
Entender os efeitos da microgravidade sobre a genética, sistema imunológico e no cérebro ajudará os cientistas a encontrar formas de cuidar da saúde dos astronautas.
Para viagens longas no espaço, será muito importante criar formas de diminuir os problemas que afetam o corpo das pessoas.
Isso envolve fazer exercícios que ajudam a manter a densidade óssea e muscular, dietas especificas e considerar tratamentos genéticos que podem ajudar a diminuir os problemas causados pela radiação.
A pesquisa dos gêmeos Kelly mostrou que o espaço afeta muito o corpo humano, inclusive alterando a expressão genética de maneira significativa.
Essa descoberta mostra que precisamos fazer mais pesquisas. Assim, as próximas gerações de astronautas poderão explorar o espaço de forma segura.
Com mais pesquisas, será mais fácil entender os problemas da vida fora da Terra. Isso ajudará a criar soluções para que a exploração do espaço seja mais segura e possível.